23 abril 2010

CONSERVAÇÃO DOS DENTES

Química e conservação de dentes
Um pouco de história
A preocupação em cuidar dos
dentes remonta às mais
antigas civilizações, a exemplo
dos gregos, romanos, árabes, maias
e chineses. Celso (25 aC - 50 dC), que
viveu em Roma, preconizava a extra-ção
de dentes de leite para facilitar a
erupção do dente permanente no lugar
certo na arcada dentária.
As atividades relacionadas aos tra-tamentos
dentários eram, inicialmente,
exercidas por pessoas não qualifi-cadas
(ambulantes, ciganos, barbei-ros,
caixeiros-viajantes) e, posterior-mente,
já no século II da nossa era, por
profissionais ligados à medicina. O
aprendizado das práticas odontoló-gicas
seguiu os moldes das corpora-ções
medievais. O indivíduo que alme-java
aprender um ofício associava-se
a um mestre que lhe ensinava os segre-dos
desse ofício. Esta situação perma-neceu
inalterada por muito tempo, pois
a primeira escola de odontologia do
mundo foi criada nos Estados Unidos
em 1840.
Entre as práticas usadas para a
conservação dos dentes, os dentifrí-cios
ocupam um papel importante. O
primeiro creme dental surgiu no Egito
há cerca de quatro mil anos. Era um
material à base de pedra-pomes pul-verizada
e vinagre, que era esfregado
nos dentes com pequenos ramos de
arbustos. No século I da nossa era, os
romanos acrescentaram a essa pasta
mel, sangue, carvão, olhos de caran-guejos,
ossos moídos da cabeça de
coelhos e urina humana, todos com a
finalidade de deixar os dentes mais
brancos.
O primeiro dentifrício comercial foi
desenvolvido em 1850, nos Estados
Unidos. Inicialmente na forma de um
pó, foi modificado pos-teriormente
para a for-ma
de pasta, com o
nome comercial de
“Creme Dentifrício do
Dr. Sheffield”. Um au-mento
da comercia-lização
das pastas de
dente ocorreu quando
elas começaram a ser
embaladas em tubos metálicos flexí-veis.
Nos dias de hoje, os dentifrícios po-dem
ser encontrados na forma de pó,
de pasta (creme dental) e de líquido,
embora os dentifrícios líquidos não se-jam
muito comuns em nosso país.
A função primordial dos dentifrícios
é atuar como agente auxiliar na esco-vação,
visando à limpeza dos dentes.
A relação entre alimentação, higiene
bucal e prevenção das cáries é o que
veremos a seguir.
As cáries dentárias e a alimentação
Na nossa boca existem milhares de
microrganismos. Por causa de sua
temperatura amena e constante de
36 °C, de sua umidade permanente e
pelo fluxo de nutrientes (alimentos)
durante alguns períodos do dia, a boca
pode ser conside-rada
como um am-biente
ideal para a
proliferação de mi-crorganismos.
Qual é a relação
entre estes microrga-nismos,
como por
exemplo, as bacté-rias
e as cáries den-tárias?
A teoria que relaciona o apareci-mento
de cáries com o desenvolvi-mento
de colônias de bactérias na bo-ca
foi formulada, em 1890, por um cien-tista
americano chamado W.D. Miller.
A experiência que mostrou o elo entre
bactérias e cáries foi a seguinte: Miller
colocou um dente extraído em um tu-bo,
adicionou um pouco de saliva e um
Roberto R. da Silva, Geraldo A. Luzes Ferreira, Joice de A. Baptista e Francisco Viana Diniz
Neste artigo são abordados alguns aspectos da química dos dentifrícios, destacando sua composição variada,
bem como sua função na limpeza e prevenção das cáries dentárias. Também é feita uma pequena discussão
sobre as restaurações acrílicas e com amálgamas.
dentifrícios, higiene bucal, amálgamas
O primeiro creme dental
surgiu no Egito há cerca de
quatro mil anos. Era um
material à base de pedra-pomes
pulverizada e
vinagre, que era esfregado
nos dentes com pequenos
ramos de arbustos

12 abril 2010

SEPARAÇÃO DE MISTURAS

As misturas podem ser separadas usando os seguintes métodos:
Decantação: permite a separação de líquidos imiscíveis (que não se misturam) ou um sólido precipitado num líquido. Exs.: água e areia, água e óleo vegetal. Pode-se aproveitar a pressão atmosférica e a gravidade para auxiliar no processo de decantação. Um dos líquidos pode ser retirado por sifonação, que é a transferência, através de uma mangueira, de um líquido em uma posição mais elevada para outra, num nível mais baixo.
Pode-se ainda usar o princípio da decantação para a separação de misturas sólido-gás (câmara de poeira). A mistura sólido-gás atravessa um sistema em zigue-zague, o pó, sendo mais denso, se deposita pelo trajeto.
Filtração: este é um método de separação muito presente no laboratório químico e também no cotidiano. É usado para separar um sólido de um líquido ou sólido de um gás, mesmo que o sólido se apresente em suspensão. A mistura atravessa um filtro poroso, onde o material particulado fica retido.
Centrifugação: para separar líquidos imiscíveis (que não se misturam) ou um líquido de um sólido insolúvel em suspensão. Para fazer uma centrifugação é preciso uma centrifugadora. Esta máquina faz rodar a mistura (na qual uma das partes tem que ser líquida) a alta velocidade, provocando a separação pela ação da força que é aplicada (do centro para fora). A separação dá-se devido às diferenças de densidades dos materiais. Normalmente uma centrifugação é seguida de uma decantação.Ex: separar glóbulos vermelhos do plasma sanguíneo; separar a nata do leite.
Cristalização: separa um sólido cristalino de uma solução. Na cristalização há uma evaporação do solvente de uma solução provocando o aparecimento de cristais do soluto. Ex: o aparecimento do sal nas salinas.
Destilação: separa líquido(s) de sólido(s) dissolvidos ou líquido(s) de líquido(s). Na destilação acontecem duas mudanças de estado consecutivas: uma ebulição (vaporização) seguida de uma condensação. Na ebulição é retirado da mistura o componente com o ponto de ebulição mais baixo, e na condensação esse componente volta à sua forma líquida. Existe um tipo de destilação, a destilação fracionada, que permite a separação de vários líquidos com pontos de ebulição muito próximos. Ex: obtenção de água destilada, aguardentes; separação dos diferentes componentes do petróleo.
Destilação Fracionada: é um método de separação de líquidos que participem de mistura homogênea ou heterogênea. Quanto mais distantes forem os pontos de ebulição destes líquidos, mais eficiente será o processo de destilação. Eleva-se a temperatura até que se alcance o ponto de ebulição do líquido que apresente valor mais baixo para esta característica e aguarda-se, controlando a temperatura, a completa destilação deste. Posteriormente, permite-se que a temperatura se eleve até o ponto de ebulição do segundo líquido. Quanto mais próximos forem os pontos de ebulição dos líquidos, menor o grau de pureza das frações destiladas. A destilação fracionada é usada na obtenção das diversas frações do petróleo.
Nos alambiques, este tipo de destilação é usado na obtenção de bebidas como a cachaça e o uísque. Na destilação fracionada em laboratório usa-se um equipamento como o mostrado abaixo.
Cromatografia: para separar substâncias com diferentes solubilidades num determinado soluto. Na cromatografia uma mistura é arrastada (por um solvente apropriado) num meio poroso e absorvente. Como diferentes substâncias têm diferentes velocidades de arrastamento num determinado solvente, ao fim de algum tempo há uma separação dos constituintes da mistura. Este processo é normalmente usado para pequenas quantidades de amostra. Ex: separação dos componentes de uma tinta.
Separação Magnética: consegue separar componentes que tenham propriedades magnéticas dos que não as possuem. Aproveitam-se as propriedades magnéticas de um dos componentes da mistura para o separar dos outros. Ex: areia e limalha de ferro; enxofre e limalha de ferro.
Extração por Solvente: para usar este processo usa-se um solvente que só dissolve um dos constituintes da mistura.Ex: extração da cafeína do chá, usando clorofórmio; remover o iodo da água de iodo, com clorofórmio.
Catação: é um método de separação bastante rudimentar, usado para separação de sistemas sólido-sólido. Baseia-se na identificação visual dos componentes da mistura e na separação dos mesmos separando-os manualmente. É o método utilizado na limpeza do feijão antes do cozimento.
Peneiração: também conhecido como tamisação, este método é usado na separação de sistemas sólido-sólido, onde um dos dois componentes apresente granulometria que permita que o mesmo fique preso nas malhas de uma peneira.
Ventilação: método de separação para sistemas sólido-sólido, onde um dos componentes pode ser arrastado por uma corrente de ar. Um bom exemplo é a separação da casca e do caroço do amendoim torrado.
Levigação: a água corrente arrasta o componente menos denso e o mais denso deposita-se no fundo do recipiente. Um bom exemplo é a lavagem da poeira do arroz ou até mesmo a separação do ouro, em garimpos.
Fusão Fracionada: processo usado para separar sólidos cujos pontos de fusão são muito diferentes (Transformação do sólido para o líquido). Exemplo: Ouro e bronze, que tem a densidade diferente, ocasionando a fusão mais rápida do bronze.
Solidificação Fracionada: Processo usado para separar líquidos cujo ponto de solidificação são muito diferentes.
Flotação: técnica de separação muito usada na indústria de minerais, na remoção de tinta de papel e no tratamento de água, entre outras utilizações. A técnica utiliza diferenças nas propriedades superficiais de partículas diferentes para as separar. As partículas a ser flotadas são tornadas hidrofóbicas pela adição dos produtos químicos apropriados. Então, fazem-se passar bolhas de ar através da mistura e as partículas que se pretende recolher ligam-se ao ar e deslocam-se para a superfície, onde se acumulam sob a forma de espuma. Exemplo: Separar a serragem da areia, que usa a água para separá-los; fazendo a serragem ficar na superfície e a areia no fundo do pote.